Eterno Esboço

O que significa comer, beijar, lamber com a própria boca quando não se anda com os próprios pés?

O frío reside no corpo Dela,

Eles e seus mundos ensaiam carícias espelhadas.

Armário embutido desarrumado
plâncton nas gavetas,
portas invisíveis.

Vestir aqueles sapatos
e andar descalça
na areia de fogo sem se queimar.

Eles no Jogo de Grilhões Invisíveis

A alma Dele respirava a Dela, 
a tua boca imaginava beijar.  

Jogo sem código: palitos dispersos na mesa no jogo de não me toque.

Meu amor transformou-se
em ternura queimada,
cor Azul da Prússia. 

O Frio reside no corpo Dela,
corpo Dele preso num tipo de inércia
Ferrugem.

Caixa de palitos coloridos na mesa.

Sinto a doçura na sua voz distante,
a impotência me visita com frequência
aprendi a te amar sem ilusão.

Estou só com a minha paisagem interna,
gotas saudades coagulam,
sou fingidora em potencial:
áerea e calada te concebo com pedaços
de minha memória, recrio a nossa história.

Caixa de palitos coloridos na mesa, 
um esboço na tela em branco,
o tempo impossibilita o que o desejo eterniza,
Meu Eterno Esboço.