É um encontro de dois e de múltiplos,
setting modulado pelas ressonâncias
onde cada pensamento ilícto
suspira atuado, um riso de assombro
por cada ato falho, por cada sonho posto em cena,
um elo oblíquo daquela corrente.
A acorrentada
no divã encosta,
o chumbo e a pena,
no espaldar abstrato do pretérito
seu mal-estar presente.
Corpo que arde na fogueira
arde as forças da mente estéril
que no enxugar de seus músculos com pano de peles
devassa as paixões de cada um dos locatários do corpo
nas mútiplas faces do ser.
Ela que foi rainha queimada na fogueira,
amanhece em estado bruto de cinzas
pela Ignorância refinada do Poder.
A História adormece embriagada
e conta estórias com bocas estrangeiras
ventrículos da negação, que se faz necessária.
Alianças além do tempo
que eternizam a versão legendada da História
a mesma oblonga cortiça que tampa
o gargalo do Tempo
que denuncia o grito seco
da rainha queimada na fogueira
que, em amanhecer em estado de éter,
cria matemática anárquica
no calendário tangente da verdade:
uma rainha foi queimada na fogueira.
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